Queridos Cardeais, vós sois os colaboradores mais próximos do Papa, e isto é de grande conforto para mim, que aceitei um fardo claramente muito superior às minhas forças, assim como o seria para qualquer outra pessoa. Sei, primeiramente, que posso contar sempre – sempre! – com a vossa ajuda, com a ajuda do Senhor, e, pela sua Graça e Providência, com a vossa proximidade e a de tantos irmãos e irmãs que, em todo o mundo, acreditam em Deus, amam a Igreja e apoiam o Vigário de Cristo com a oração e as boas obras.
O Papa, começando por São Pedro até mim, seu indigno Sucessor, é um humilde servo de Deus e dos irmãos, nada mais do que isso.
É o Ressuscitado, presente no meio de nós, que protege e guia a Igreja e que continua a reavivá-la na esperança, através do amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5). Cabe a cada um de nós tornarmo-nos ouvintes dóceis da sua voz e ministros fiéis dos seus desígnios de salvação, recordando que Deus gosta de se comunicar, mais do que no estrondo do trovão e do terremoto, no «murmúrio de uma brisa suave» (1Rs 19, 12) ou, como alguns traduzem, numa “leve voz de silêncio”.
A este respeito, gostaria que hoje renovássemos juntos a nossa plena adesão a este caminho: o regresso ao primado de Cristo no anúncio; a conversão missionária de toda a comunidade cristã; o crescimento na colegialidade e na sinodalidade; a atenção ao sensus fidei , especialmente nas suas formas mais próprias e inclusivas, como a piedade popular; o cuidado amoroso com os marginalizados e os excluídos; o diálogo corajoso e confiante com o mundo contemporâneo.
Justamente por me sentir chamado a seguir nessa linha, pensei em adotar o nome de Leão XIV. Na verdade, são várias as razões, mas a principal é porque o Papa Leão XIII, com a histórica Encíclica Rerum novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial; e, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho.
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