Agradeço-vos pela vossa vida confiada ao serviço do Reino, pelo vosso trabalho diário, por tanta generosidade no exercício do ministério, por tudo o que viveis em silêncio e que, às vezes, é acompanhado por sofrimentos ou incompreensões. Desempenhais diferentes serviços, mas todos vós sois preciosos aos olhos de Deus e na realização do seu desígnio.
A primeira nota, que me é particularmente cara, é relativa à unidade e à comunhão. Na chamada oração “sacerdotal”, como sabemos, Jesus pediu ao Pai que os seus fossem um (cf. Jo 17, 20-23). O Senhor sabe bem que só unidos a Ele e entre nós podemos dar fruto e testemunho credível ao mundo.
Gostaria de vos ajudar, de caminhar convosco, para que cada um recupere a serenidade no seu ministério; mas, precisamente por isso, peço-vos um ímpeto na fraternidade presbiteral, que mergulha as suas raízes numa sólida vida espiritual, no encontro com o Senhor e na escuta da sua Palavra. Alimentados por esta linfa, conseguimos viver relações de amizade, competindo na estima recíproca (cf. Rm 12, 10); sentimos a necessidade do outro para crescer e alimentar a mesma tensão eclesial.
Peço a todos que prestem atenção ao caminho pastoral desta Igreja, que é local, mas devido a quem a preside é também universal. Caminhar juntos é sempre garantia de fidelidade ao Evangelho; juntos e em harmonia, procurando enriquecer a Igreja com o próprio carisma, mas tendo a peito o único corpo do qual Cristo é a Cabeça.
A segunda nota que vos desejo transmitir é relativa à exemplaridade. Peço-vos com o coração de pai e pastor: esforcemo-nos todos por ser sacerdotes credíveis e exemplares! Estamos conscientes dos limites da nossa natureza e o Senhor conhece-nos profundamente; mas recebemos uma graça extraordinária, foi-nos confiado um tesouro precioso do qual somos ministros, servidores. E ao servo pede-se fidelidade. Se juntos procurarmos ser exemplares numa vida humilde, então conseguiremos exprimir a força renovadora do Evangelho para cada homem e mulher.
Uma última nota que vos quero confiar é a do olhar para os desafios do nosso tempo em chave profética. Preocupa-nos e amargura-nos quanto acontece todos os dias no mundo: ferem-nos as violências que geram morte, somos interpelados pelas desigualdades, pelas pobrezas, por tantas formas de marginalização social, pelo sofrimento generalizado que assume as feições de um mal-estar que já não poupa ninguém.
O Senhor quis-nos precisamente a nós neste tempo cheio de desafios que, às vezes, nos parecem maiores do que as nossas forças! Somos chamados a abraçar estes desafios, a interpretá-los evangelicamente, a vivê-los como ocasiões de testemunho. Não os evitemos!
Caríssimos, asseguro-vos a minha proximidade, o meu afeto e a minha disponibilidade para caminhar convosco.
Texto completo aqui.
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