Depois de ouvir essas vozes angelicais, seria quase melhor não falar e nos deixar levar por essa belíssima experiência...
Giovanni Pierluigi da Palestrina foi, na história da Igreja, um dos compositores que mais contribuiu para a promoção da música sacra, para «a glória de Deus e a santificação e edificação dos fiéis», no delicado e ao mesmo tempo empolgante contexto da Contra-Reforma. Suas composições, solenes e austeras, inspiradas no canto gregoriano, unem estreitamente música e liturgia, «tanto dando à oração uma expressão mais suave e favorecendo a unanimidade, como enriquecendo com maior solenidade os ritos sagrados»
A polifonia em si, por sua vez, é uma forma musical carregada de significado, para a oração e para a vida cristã. Antes de tudo, ela se inspira no Texto sagrado, que se propõe a «vestir com adequada melodia» para que chegue melhor «à inteligência dos fiéis».
Graças a essa riqueza de forma e conteúdo, a tradição polifônica romana, além de nos ter deixado um imenso patrimônio de arte e espiritualidade, continua a ser hoje, no campo musical, um ponto de referência a ser considerado, ainda que com os devidos ajustes, na composição sacra e litúrgica, para que através do canto «os fiéis participem plenamente, conscientemente e ativamente da liturgia» (Sacrosanctum Concilium, 14), com profundo envolvimento de voz, mente e coração. De tudo isso, a Missa Papae Marcelli, em seu gênero, é um exemplo por excelência, assim como o precioso repertório de composições deixado por nosso inesquecível Cardeal Domenico Bartolucci, ilustre compositor e, por quase cinquenta anos, diretor da Cappella Musicale Pontificia “Sistina”.
Texto completo aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário