A história desta Instituição remonta, como sabemos, ao final do século XV. Com o tempo, foi assumindo um rosto cada vez mais universal e ampliou-se consideravelmente, com progressão crescente, assimilando novas missões, em razão de novas exigências em âmbito eclesial e nas relações com os Estados e Organizações Internacionais.
Esse desenvolvimento fez com que hoje a Secretaria de Estado reflita em si mesma o rosto da Igreja. Trata-se de uma grande comunidade que trabalha junto com o Papa: juntos compartilhamos as interrogações, as dificuldades, os desafios e as esperanças do Povo de Deus, presente no mundo inteiro. E o fazemos expressando sempre duas dimensões essenciais: a encarnação e a catolicidade.
Estamos encarnados no tempo e na história, porque se Deus escolheu o caminho humano e a linguagem dos homens, também a Igreja é chamada a seguir esta estrada, de modo que a alegria do Evangelho possa alcançar todos e seja transmitida às culturas e às linguagens atuais. E, ao mesmo tempo, cuidamos de manter sempre um olhar católico, universal, que nos permita valorizar as diversas culturas e sensibilidades. Deste modo, podemos ser um centro propulsor que se empenha em tecer a comunhão entre a Igreja de Roma e as Igrejas locais, bem como as relações de amizade dentro da comunidade internacional.
Por isso, São Paulo VI — perito em Cúria Romana — quis dar a esta Instituição uma nova estrutura, constituindo-a de fato como um ponto de conexão e, consequentemente, estabeleceu-a em seu papel fundamental de coordenação dos Dicastérios e das Instituições da Sé Apostólica.
Sei que essas tarefas são muito exigentes e, algumas vezes, podem ser incompreendidas. E, precisamente por este reconhecimento que faço, permitam-me dirigir-lhes uma exortação, referindo-me uma vez mais a São Paulo VI: que este lugar não seja contaminado por ambições e antagonismos, ao contrário, sejam uma verdadeira comunidade de fé e de caridade, "de irmãos e de filhos do Papa", que se gastam generosamente para o bem da Igreja.
Texto completo aqui.
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