Vós sois, já com as vossas pessoas, uma imagem da Igreja Católica, porque não existe em nenhum país do mundo um Corpo diplomático tão universal como o nosso! Porém, ao mesmo tempo, creio que se pode dizer igualmente que nenhum país do mundo tem um Corpo diplomático tão unido como vós estais unidos: porque a vossa, a nossa comunhão não é apenas funcional, nem apenas ideal, mas estamos unidos em Cristo e estamos unidos na Igreja. É interessante refletir sobre este fato: que a diplomacia da Santa Sé constitui, em seu próprio pessoal, um modelo – não certamente perfeito, mas muito significativo – da mensagem que propõe, ou seja, da fraternidade humana e da paz entre todos os povos.
E agora gostaria de compartilhar convosco uma imagem bíblica que me veio à mente ao pensar na vossa missão em relação à minha. No início dos Atos dos Apóstolos (3,1-10), o relato da cura do coxo descreve bem o ministério de Pedro. Estamos nos albores da experiência cristã e a primeira comunidade, reunida em torno dos Apóstolos, sabe que pode contar com uma única realidade: Jesus, ressuscitado e vivo. Um homem coxo está sentado pedindo esmola à porta do Templo. Parece a imagem de uma humanidade que perdeu a esperança e está resignada. Até hoje, a Igreja encontra frequentemente homens e mulheres que não têm mais alegrias, que a sociedade colocou à margem, ou que a vida os forçou, de certo modo, a mendigar a existência. Assim relata esta passagem dos Atos: “Então Pedro fixou o olhar nele juntamente com João e disse: ‘Olha para nós’. E ele se voltou para eles, esperando receber alguma coisa. Mas Pedro lhe disse: ‘Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!’. E, tomando-o pela mão direita, o levantou. De repente, seus pés e tornozelos se fortaleceram e, saltando, pôs-se em pé e começou a andar; e entrou com eles no Templo, caminhando, saltando e louvando a Deus” (3,4-8).
A solicitação que Pedro faz a este homem nos faz refletir: “Olha para nós!”. Olhar nos olhos significa construir uma relação. O ministério de Pedro é criar relações, pontes; e um Representante do Papa está, acima de tudo, a serviço deste convite, deste olhar nos olhos. Sede sempre o olhar de Pedro! Sede homens capazes de construir relações onde é mais difícil. Mas ao fazer isso, conservai a mesma humildade e o mesmo realismo de Pedro, que sabe muito bem que não tem a solução para tudo: “Não tenho nem ouro nem prata”, diz; mas sabe também que tem o que realmente importa, ou seja, Cristo, o sentido mais profundo de toda a existência: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”
Caros irmãos, que vos console sempre o fato de que o vosso serviço está sub umbra Petri, como encontrareis gravado no anel que recebereis como meu presente. Sentí-vos sempre ligados a Pedro, guardados por Pedro, enviados por Pedro. Somente na obediência e na comunhão efetiva com o Papa o vosso ministério poderá ser eficaz para a edificação da Igreja, em comunhão com os Bispos locais.
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